“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”Thiago,3/17

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” João – 15:7

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Diretrizes de Segurança - Continuação

Prezados amigos, estamos dando continuidade aos nossos estudos da mediunidade, para que melhor nos preparemos para as tarefas espirituais sob nossa responsabilidade em nossas instituições espíritas.

41 -Qual a função da mesa mediúnica em uma reunião?

Raul - Entendemos que o agrupamento de companheiros de uma reunião mediúnica se destina a fomentar maior vinculação entre as mentes.
Disse Nosso Senhor Jesus Cristo que onde estivessem duas ou mais criaturas trabalhando em Seu nome, entre elas ou com elas estaria. A mesa, dita mesa mediúnica permite maior envolvimento dos encarnados médiuns com os Benfeitores da Vida Mais Ampla, que terão uma vibração mental de boa qualidade, quando os médiuns estão Sintonizados na atividade do bem, para que eles Possam dela se Utilizar.
As entidades que se comunicam em estado de necessidade carecem do chamado fluido animal, ou fluido magnético animal, como afirma Allan Kardec em O Livro dos Médiuns1, e essa Sintonia faz com que se aprimore a assistência facilita o serviço do bem na mediunidade, e é essa a oportunidade que os Céus concederam a nós outros, os homens da Terra, para que, ao mesmo tempo em que estejamos crescendo, Cooperemos também para o crescimento dos outros, enxugando as nossas lágrimas com o mesmo lenço que enxugamos as lágrimas alheias. Então, a mesa mediúnica ou grupo mediúnico se destina a fomentar a formação de um Corpo vibratório
A reunião mediúnica é uma reunião energética por excelência, em que as energias dos dois campos encarnado e desencarnado, se fundem para que se elevem as criaturas da Terra na conquista da felicidade interior.

1 KARDEC, Allan. O livro dos médiuns, capítulo 4º, item 74 (5º e 14º), 53ª edição, FEB, Brasília – DF, 1986.

42-As reuniões mediúnicas devem ser públicas? Por quê?

Divaldo - O Codificador recomenda pequenos grupos, graças às dificuldades que há nos grandes grupos de sintonia vibratória e harmonia de pensamentos.
Uma reunião mediúnica de caráter público é um risco desnecessário, porque vêm pessoas portadoras de sentimentos os mais diversos, que irão perturbar, invariavelmente, a operação da mediunidade. Afirma os Benfeitores que uma reunião mediúnica é um grave labor, que se desenvolve no campo perispirítico, e se a equipe não tem um conhecimento especializado, é compreensível que muitos problemas sucedam por negligência da mesma. A reunião mediúnica não deve ser de caráter público, porque teria feição especulativa, exibicionista, destituída de finalidade superior, atitudes tais que vão de encontro negativa-mente aos postulados morais da Doutrina.
Mesmo nas reuniões mediúnicas privativas deve-se manter um número ideal de membros, não excedente a 20 pessoas, para que se evitem essas perturbações naturais nos grupamentos massivos.
Onde haja um grupo mediúnico com grande número, que seja dividido em dois trabalhos separados (porque, em Movimento Espírita, na ordem do bem, dividir é multiplicar o benefício daqueles que se repartem). Igualmente é necessário que as pessoas sejam afins entre si no grupo. Por motivos óbvios, se estamos numa reunião mediúnica e não somos simpáticos a um indivíduo, toda a comunicação que por ele venha, os nossos recalques e conflitos põem-nos carapuças, acreditando serem indiretas a nós dirigidas. Se, por acaso, alguém não nos é simpático, quando ele entra em transe ficamos bombardeando: “Imagine o fingido; vê se eu vou acreditar nele!” Formamos assim, uma antena emissora de dificuldades para o companheiro que está sendo agredido pela nossa mente, Porque desde que o indivíduo é médium, ele não o é exclusivamente dos espíritos desencarnados mas também dos encarnados.
O êxito de uma reunião mediúnica depende da equipe que ali comparece e não apenas do médium.
Os Mentores programam, mas aquela equipe em funcionamento responderá pelos resultados.
Nunca é demais recomendar que as sessões mediúnicas sejam de caráter privado.

43 -Recebe o médium, em transe, a influência mental do grupo de que participa?

Raul - Aprendemos em O livro dos Médiuns ¹, com Allan Kardec, que a reunião é um ser coletivo.
Todos aqueles que dela participam com qualquer função que seja, estão automaticamente vinculados às suas ocorrências de maneira que, muitas vezes, o grupo não estando bem Sintonizado e realizando um trabalho de alta envergadura, os médiuns que são filtros dos espíritos encarnados e desencarnados estarão filtrando, encharcando-se daquelas nuanças vibratórias que o ambiente lhes permite fruir. Dessa maneira é que se justifica a desnecessidade de reuniões mediúnicas com público que não esteja sintonizado com a realidade do estudo doutrinário, porque os médiuns ficam à mercê desses influxos de dardos mentais de indiferença, de descrença e de petitórios e, muitas vezes, a mensagem que eles veiculam sairá com o sabor dessas insinuações, desses desejos e perturbações.
O grupo participa, também, das comunicações com esse suporte energético apoiando ou desequilibrando o médium, porque a reunião é um corpo coletivo.

1 KARDEC Allan. O livro dos médiuns capítulo 29º, itens 324 e 331, 53ª ed. FEB, Brasília - DF, 1986.

44 -E aqueles grupos que se fecham em torno deles mesmos e seus membros não freqüentam palestras, reuniões doutrinárias e se dedicam tão somente ao fenômeno em si, ao intercâmbio mediúnico? Estarão procedendo corretamente?

Divaldo - O mandamento é este: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei e que façais ao próximo quanto desejardes que o próximo vos faça, equivalendo dizer que todo aquele que se isola perde a oportunidade de evoluir, porque todo enquistamento degenera em enfermidade.

45 -Uma pessoa com problemas mediúnicos deve ser encaminhada, sem risco, para uma reunião mediúnica?

Divaldo - A pergunta já demonstra que a pessoa tendo problemas, deve primeiro eqüacioná-los, para depois estudar e aprimorar a faculdade que gera aqueles problemas. Como na mediunidade os problemas são do espírito e não da faculdade mediúnica, é necessário que primeiro se moralize o médium.
Abandonando as paixões, mudando a direção mental, criando hábitos salutares para sua vivência, reflexionando no Evangelho de Jesus, aprendendo a orar, ele eqüaciona na base, os problemas que inquietam o efeito, que é a faculdade mediúnica somente após o quê, é lhe lícito educar a mediunidade.
No capítulo 1 de O Livro dos Médiuns o Codificador examina o assunto na epígrafe: Há Espíritos?. Explica Allan Kardec que ninguém deve levar a uma sala de química por exemplo, alguém que não entenda das fórmulas e das composições químicas. Explico-me: um leigo chega numa sala e vê vários vidros, com água branca e uma anotação que lhe parece cabalística: HN03 + 3HCL1. Para ele a anotação não diz nada. Mas, se misturar aqueles líquidos Corre perigo. Assim, também é necessário primeiro que o indivíduo conheça no laboratório do mundo invisível as soluções que vai manipular, para depois partir para as experiências.
É de bom alvitre, Portanto, que alguém que tenha problemas de mediunidade seja encaminhado às sessões doutrinárias de estudos, para primeiro evangelizar-se, conhecendo a Doutrina a fim de que, mais tarde, canalize as suas forças mediúnicas num bom direcionamento.
Há uma praxe entre as pessoas pouco esclarecidas a respeito da Codificação Espírita, que induz se leve o indivíduo a uma sala mediúnica para poder eqüacionar problemas, como quem tira uma coisa incômoda de cima da pessoa.
O problema de que a criatura se vê objeto pode ser o chamamento para mudança de rota moral. A mediunidade que aturde é um apelo para retificação das falhas. E é necessário ir-se às bases para modificar aqueles efeitos perniciosos.
Daí, diante de uma pessoa com problemas mediúnicos, a primeira atitude nossa será encaminhar o necessitado à aprendizagem da Doutrina Espírita, que é a terapêutica para seus problemas. A mediunidade será educada a posteriori como instrumento de exercício para o bem, mediante o qual granjeará títulos para curar o mal de que se é portador.

1 Água Régia, substância altamente corrosiva.

46 -Basta ao médium freqüentar as reuniões para resolver seus problemas?

Raul - A questão de resolver problema se torna relativa. Os problemas que o médium resolve no trabalho dedicado à Doutrina Espírita são de ordem moral, porque ele passa a entender porque sofre, passa a compreender porque enfrenta dificuldades na família, na saúde, mas isto não quer dizer que a mediunidade seria o suporte, o apoio para que ele possa vencer, vitoriar a etapa de lutas. Aí percebemos que, se estivermos pensando nestes tipos de problemas físicos, a mediunidade não vai conseguir alijá-los do médium. Mas, não somente aí vamos achar a necessidade do médium, pois deverá ser levado ao trabalho de assistência aos que precisam, à renovação através dos estudos continuados, à participação efetiva, ao ato da caridade, que, conforme nos diz um Espírito Benfeitor, terá que iniciar-se pelo dever, tornando-se um hábito até que isso se lhe penetre na alma em nome do amor, para que se torne um médium sério, sensível, e não um médium que apenas freqüenta a reunião, recebe seu guia, seu espiritozinho e depois volta para casa, sem ligar para o sofrimento da humanidade (não é da humanidade do Vietnã, do Camboja) a humanidade da sua rua, do seu bairro, dessa gente que sofre e que geme à volta de todos nós.
Vemos tantos médiuns preocupados em Ouvir o gemido dos espíritos desencarnados e não ouvem os gemidos dos encarnados. Temos outros ansiosos por ver espíritos, sem notarem os que sofrem a sua volta; vários desejosos de materializar entidades, sem a preocupação de espiritualizar-se. Então, para o médium será importante que ele se ajuste à dinâmica da Doutrina Espírita, no trabalho da caridade, no esforço da renovação dele e daqueles que o cercam.

47 -Seria desaconselhável o desempenho mediúnico isolado bem como em reuniões domiciliares ou recintos estranhos aos Centros ou locais similares?

Divaldo - É desaconselhável esse comportamento como hábito, o que não impede que, excepcionalmente, ocorra o fenômeno com a anuência do médium sob a inspiração dos Bons Espíritos.
Não chegaremos ao absurdo de supor que, no Lar, periodicamente, não venham os Benfeitores Espirituais para o diálogo de emergência, para uma palavra fraternal, para um encontro de estímulo entre aqueles que se reúnem para orar.
É desaconselhável que se transforme o estudo espírita e evangélico realizado em família em reunião mediúnica, porque, como o nome diz, trata-se de uma oportunidade para estudar e meditar e não para o exercício da mediunidade. Mas, vez que outra, dependendo dos Instrutores Espirituais, pode ocorrer comunicação de Entidade Benfeitora para trazer um conteúdo, que pareça a esse Benfeitor, como de relevância. Não se permitindo, entretanto, que tal se transforme num hábito.
É desaconselhável que, em lugares não preparados o mister mediúnico venha a ocorrer para fenômeno com anuência do sensitivo. Perguntár-se por quê? Respondemos que, pelos danos que poderão advir. Se o meio for hostil, leviano e de recursos psíquicos negativos, podem ocorrer mistificações, distonias, aberturas vibratórias para espíritos que não tenham propósitos superiores. Seria o mesmo que requisitar determinada cirurgia num consultório médico onde não haja requisitos da assepsia, do instrumental, etc.
Portanto, a Casa Espírita é o lugar ideal, porque ali os Benfeitores instalam equipamentos de Socorro de emergência; estão entidades zelosas que se Postam para defender o recinto; encontram-se trabalhadores especializados que vêm para o ministério, adredemente programado. Porque se na Terra, que é o mundo dos efeitos são tomados cuidados antes das realizações é compreensível que no mundo espiritual as realizações mereçam um tratamento muito especializado no que tange ao progresso da criatura e da humanidade.
Os Benfeitores programam as tarefas mediúnicas e aqueles que se vão comunicar para que tudo ocorra em clima de ordem e de paz. O médium que se submete a fenômenos de ocasião está sujeito a graves perigos, Porque seria o mesmo que Colocar instrumentos de alta sensibilidade nas mãos de pessoas inescrupulosas ou desconhecedoras de seu mecanismo. Concluindo é desaconselhável.

48 -O que pensar do Costume de fazer-se sessões mediúnicas fora dos Centros Espíritas?

Divaldo - um hábito muito perigoso Seria o mesmo que se levar pacientes para serem operados em qualquer lugar, só Porque há boa vontade, mas não se dispondo de conveniente assepsia nem dos requisitos necessários que se encontram nos hospitais. Nesse caso, os êxitos seriam raros. Além disso, ocorre que, realizada a sessão em qualquer lugar, este fica marcado pelos espíritos sofredores que vão sendo informados uns pelos outros, e começam a freqüenta-lo. Se for um lar, como aí não existem as defesas necessárias para as incursões de tais espíritos, trans forma-se em um pandemônio.
Indagar-se-á: e antes de haver os Centros Espíritas? Enquanto ignoramos, temos uma responsabilidade menor. Mesmo quando não se entendia de assepsia, faziam-se operações, mas o número de óbitos era muito maior.
Já que temos o Centro, por que desrespeitá-lo, fazendo sessões mediúnicas noutro lugar, se ele é o determinado para tal? Se o problema é ir-se a um lugar, por que não ao ideal?

49 -De que recursos dispõe o participante de uma reunião mediúnica para identificar a natureza dos espíritos?

Divaldo - Pelos frutos conhecem-se as árvores pelas ações o caráter dos homens, pela qualidade das comunicações aqueles que as trazem. Em O Livro dos Médiuns1, o Codificador estabelece um critério quase infalível.
Os participantes observarão a qualidade da mensagem, o caráter do médium e, depois, o mensageiro que se apresenta.

1 KARDEC, Allan. O livro dos médiuns, capítulo 24º, item 267 ( 1º a 26º), 53ª ed. FEB, Brasília - DF, 1986.

Livro:

Diretrizes de Segurança

Divaldo P. Franco/ José Raul Teixeira

Espiri-tista.