“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”Thiago,3/17

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” João – 15:7

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Dretrizes de segurança - Continuação

Prezados amigos, estamos dando continuidade aos estudos da mediunidade, para melhor nos preparar para as tarefas espirituais sob nossa responsabilidade.
SEGUNDA PARTE
GRUPO MEDIÚNICO

30- O que é um grupo mediúnico e qual o número adequado de pessoas que deve constituí-lo?

Divaldo - Entendemos por grupo mediúnico a associação de pessoas que têm conhecimento da Doutrina Espírita e que pretendem dedicar-se ao estudo da fenomenologia medianímica e, simultaneamente, praticar a excelente lição do próprio Espiritismo, que é a caridade.
O número de pessoas oscila de acordo com as possibilidades dos que dirigem o grupo. Ideal é que este seja constituído de elementos, como diz Allan Kardec1, simpáticos entre si, que persigam objetivos superiores, que desejem instruir-se e que estejam dispostos ao ministério do serviço contínuo; entretanto, merece considerar que todo grupo de experiências mediúnicas fundamentado num número excessivo de membros está relativamente fadado ao fracasso. Os espíritos prescrevem um número em torno de 15 (quinze), no máximo 20 (vinte), ou não inferior a 6 (seis), para que haja a equipe dos que funcionarão na mediunidade, propriamente chamada, bem como a equipe dos que atenderão no socorro dos passes e através da mediunidade de doutrinação, e, ao mesmo tempo, o grupo dos que poderão atender como assessores para qualquer outra cooperação necessária.

1 KARDEC, Allan. O livro dos médiuns, capítulo 29º, item 331, 53ª edição, FEB, Brasilia-DF, 1986.

31- Qual o objetivo de uma sessão mediúnica?

Divaldo - É acima de tudo uma oportunidade de o indivíduo auto-reformar-se; de fazer silêncio para escutar as lições dos espíritos que nos vêm, depois da morte, chorando e sofrendo, sendo este um meio de evitar que caiamos em seus erros. É também esquecer a ilusão de que nós estejamos ajudando os espíritos, uma vez que eles podem passar sem nós. No mundo dos espíritos, as Entidades Superiores promovem trabalhos de esclarecimento e de socorro em seu favor; nós, entretanto, necessitamos deles, mesmo dos sofredores, porque são a lição de advertência em nosso caminho, convidando-nos ao equilíbrio e à serenidade. Assim, vemos que a ajuda é recíproca:
O médium é alguém que se situa entre os dois hemisférios da vida. O membro de um labor de socorro medianímico é alguém que deve estar sempre às ordens dos Espíritos Superiores para os misteres elevados.
À hora da reunião, devem-se manter, além das atitudes sociais do equilíbrio, a serenidade, um estado de paz interior compatível com as necessidades do processo de sintonia, sem o que, quaisquer tentames neste campo redundarão inócuos, senão negativos.
Depois da reunião é necessário manter-se o mesmo ambiente agradável, porque, à hora em que cessam os labores da incorporação, ou da psicografia, o fenômeno objetivo externo, em si, não cessam os trabalhos mediúnicos no mundo espiritual. Quando um paciente sai da sala cirúrgica, o pós-operatório é tão importante quanto a própria cirurgia. Por isso, o paciente fica carinhosamente assistido por enfermeiros vigilantes que estão a postos para atendê-lo em qualquer necessidade que venha a ocorrer.
Quando termina a lide mediúnica, ali vai encerrada, momentaneamente a tarefa dos encarnados, a fim de recomeçá-la, logo mais, no instante em que ele penetre a esfera do sono, para prosseguir sob outro aspecto ajudando os que ficaram de ser atendidos e não puderam, por uma ou outra razão. Então, convém que, ao terminar a reunião mediúnica seja mantida a psicosfera agradável em que as conversas sejam edificantes. Pode-se e deve-se fazer uma análise do trabalho realizado, um estudo, um cotejo no campo das comunicações e depois uma verificação da produtividade; tudo isto em clima salutar de fraternidade objetivando dirimir futuras inquietações e problemas Outros.

32- Como se devem Portar os médiuns e os demais membros de um grupo, antes e depois do trabalho mediúnico?

Divaldo - Como verdadeiros cristãos.
Devem manter a probidade, o respeito a si mesmos e ao seu próximo; ter uma vida, quanto possível, sadia, sabendo que o exercício mediúnico não deve ser emparedado nas dimensões de apenas uma hora de relógio, reservada a tal mister.

33- Os participantes de uma sessão mediúnica devem fazer algum tipo de preparo íntimo durante o dia, antes mesmo do início da reunião?

Divaldo - O espírita deve fazer um preparo normal, porque é um dever que lhe compete, uma vez que nunca sabe a hora em que será convocado ao retorno à consciência livre.
O espírita que freqüenta o labor mediúnico, além de espírita, é peça importante no mecanismo de ação dos espíritos na direção da Terra. Ele deve fazer uma preparação, não somente nos dias da reunião, mas sempre, porque tal preparação seria insuficiente e ineficaz, já que ninguém muda de hábitos, apenas por alterar sua atitude momentânea.
Nos trabalhos mediúnicos, são exigíveis hábitos mentais de comportamento moral enobrecido, e estes não podem ser improvisados. Então, os membros de uma sessão mediúnica são pessoas que devem estar normalmente vigilantes todos os dias e, em especial, nos reservados ao labor, para que se poupem às incursões dos espíritos levianos e adversários do Bem, que, nesse dia, tentarão prejudicar a colaboração e perturbar-lhes o estado interior, levando distúrbios ao trabalho geral, que é o que eles objetivam destruir. Então, nesse dia, a vigilância deve ser maior:
orar,ler uma página salutar, meditar nela, reflexionar, evitar atitudes da chamada reação e cultivar as da ação, pensar antes de agir, espairecer e se, eventual-mente, for colhido pela tempestade da ira, pela tentação do revide, que às vezes nos chega, manter a atitude recomendada pelo Evangelho de Jesus.

34- Uma sessão mediúnica espírita deve ser sempre iniciada com uma Prece, e logo Passar-se à leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo? Agindo sempre assim, não se estará criando um ritualismo?

Divaldo - Pode-se estar criando um hábito não um ritual, porque aí não chega a ser um dever inadiável:
Nós, por nossa vez, fazemos ao revés. Lemos uma boa página de esclarecimento comentamos e fazemos a prece posteriormente depois do que a reunião tem início.

35- Alguns grupos mediúnicos exigem a manifestação dos Mentores Espirituais para declararem iniciados os trabalhos. É isto necessário?

Divaldo - Exigir a manifestação do Mentor é inverter a ordem do trabalho. Quem somos nós para exigir alguma coisa dos Mentores? Quando o trabalho está realmente dirigido, são os Mentores que, espontaneamente, quando convém, se apressam em dar instruções iniciais, objetivando maior aproveitamento da própria experiência mediúnica.
Ocorre que, se condicionar o início do trabalho a incorporações dos chamados Espíritos
guias, criár-se-á um estado de animismo nos médiuns que, enquanto não ouçam as palavras sacramentais, não se sentirão inclinados a uma boa receptividade. Isso é criação nossa, não é da Doutrina Espírita.

36- Há necessidade de se abrir um trabalho mediúnico usando expressões como: aberto com a chave de paz e amor, aberto com a proteção da corrente do Himalaia ou outras do gênero?

Divaldo - Pessoalmente, não utilizamos nenhuma fórmula, porque, na Doutrina Espírita, não existem chavões, rituais, palavras cabalísticas.
Normalmente, dizemos que os trabalhos estão iniciados como sendo uma advertência para as pessoas saberem que já estamos em condições de entrar em sintonia. Penso mesmo que seja desnecessário dizer que a sessão está aberta ou iniciada. Feita a prece, evocada a proteção divina, automaticamente está iniciado o labor. Desse modo, acrescentar quaisquer palavras que façam relembrar mantras, condicionamentos, é conspirar contra a pureza doutrinária criando certas manifestações circunstanciais, que somente cultivam a ignorância e a superstição.

37- Por que acontece, às vezes, nas sessões mediúnicas, não haver nenhuma manifestação? O que determina ou impede as manifestações?

Divaldo - O baixo padrão vibratório reinante no ambiente. A sintonia psíquica dos membros da reunião responde pelos resultados da mesma.


38- E a justificativa que é dada às vezes de que, durante estes trabalhos, a movimentação dos espíritos utiliza os fluidos dos encarnados presentes Para realização de tarefas somente no campo espiritual?

Divaldo - Para que eles realizem as tarefas no campo, espiritual, não necessitam da nossa presença Retiram os fluidos em outras circunstâncias.
É que quando ocorre a queda do padrão vibratório, e como os espíritos SãO trabalhadores, eles aproveitam o tempo da nossa ociosidade para produzirem
Então, diante de um possível dano que poderia ser grave, eles diminuem as conseqüências realizan do trabalhos espirituais, conquanto os homens não Sintonizemos Com eles.

39- Seria justo, então, se encerrasse a reunião depois de alguns minutos, desde que não se obtenha comunicação nenhuma?

Divaldo - Não, porque esta é uma forma de disciplinar os membros da sessão a terem responsabilidade e prepararem-se para o trabalho, que assumem espontaneamente.

40- Como deve Proceder o dirigente das sessões mediúnicas Para alcançar os objetivos superiores do trabalho?

Raul - A fim de atingir a meta proposta pelos Dirigentes Espirituais das sessões, será de bom alvitre que o dirigente encarnado atenda a tarefa com a máxima seriedade, considerando-a como o seu encontro mais íntimo com a Espiritualidade.
Na condição de condutor encarnado do cometimento mediúnico, deverá preparar-se para filtrar as inspirações do Invisível Superior, por meio das indispensáveis disciplinas do caráter, de uma vida enobrecida pelo cumprimento do dever, pela renúncia aos vícios de todos os tipos, que enodoam tanto seu psiquismo quanto seu organismo físico.
Será de grande valia para o dirigente, quanto para aqueles que se candidatam a tal direção de trabalhos mediúnicos, o gosto por estudar as obras literárias do Espiritismo, assim como o hábito das meditações em redor do que haja lido, facilitando a identificação das diversas ocorrências que poderão se dar nas sessões, como permitindo interferências indispensáveis nessas ocasiões, com conhecimento de causa.
O fenômeno do animismo quanto o das mistificações, somente às custas de muita reflexão em torno de muito estudo, e amadurecimento, com o conseqüente conhecimento do ser humano, poderão ser identificados satisfatoriamente.


Espiiri-tista